Testes desenvolvidos por cientistas mostram que seres humanos são incapazes de caminhar numa linha reta
Recentemente me deparei com um artigo intitulado “Without landmarks, humans can’t walk in a straight line.” (Sem pontos de referência, os seres humanos não conseguem andar em linha reta) Embora o título não o diga especificamente, a conclusão lógica é que, mesmo que estejamos sóbrios, somos incapazes de andar em linha reta sozinhos, sem algum tipo de ajuda. O artigo usa a palavra "pontos de referência" para descrever essa ajuda.
O que são pontos de referência? Eles não são apenas monumentos ou edifícios emblemáticos, come a Estátua da Liberdade ou a Torre Eiffel. Aqui nos EUA, quando os pioneiros atravessaram a imensa planície em direção ao oeste, eles dependiam do sol, da lua e das estrelas. Quando as Montanhas Rochosas apareceram no horizonte, seu alvo seria uma brecha entre os altos picos. Muitas vezes seguiam um rio. Pondo isto em termos mais adequados à nossa experieência de vida, todos nós dependemos de marcos para simplesmente ir de um quarto para outro em nossa casa, ou para caminhar por um corredor. Nossos olhos estão constantemente enviando sinais para o cérebro, que por sua vez está constantemente fazendo correções de curso para que não apenas evitemos tropeçar em na mobília, mas que possamos simplesmente caminhar direto por um corredor. Tente atravessar a sua sala de estar quando todas as luzes estiverem apagadas. Se você já fez isso descalço, eu sinto a sua dor. Pode haver apenas uma cadeira ou mesa na sala, mas no escuro seu dedo do pé ou a canela certamente a encontrará.
O que cientistas descobriram
Estudos realizados por pesquisadores na Alemanha e em outros países confirmaram um fato inegável: sempre que os seres humanos tentam andar em linha reta com os olhos vendados, ou quando as nuvens escondem as estrelas e a lua à noite, ou a chuva e a neblina escondem o sol de dia, os seres humanos invariavelmente andam em círculos.
1 - GPS Rastreamento de caminhantes - Jan Souman/Max Planck Institute for Biological Cybernetics- Fonte: NPR article
Em um estudo, os caminhantes, aparentemente sem os olhos vendados, receberam instruções para andar em uma linha o mais reta possível. Quando o tempo estava nublado e a visibilidade era baixa, as linhas azuis no mapa mostram o rastreamento por GPS de suas caminhadas. A linha amarela é de um caminhante que caminhou em linha reta, após os primeiros 15 minutos, altura em que o sol saiu de trás das nuvens. Testes semelhantes foram feitos no deserto, com os mesmos resultados, dependendo da lua estar escondida por nuvens ou não. Numa praia, pessoas com os olhos vendados não conseguem andar em linha reta.
Os pesquisadores concluíram:
Os seres humanos, aparentemente, acabam andando em círculos quando não conseguimos ver um ponto focal externo, como o topo de uma montanha, o sol, a lua. Sem um elemento corretivo, nosso interior toma conta e há algo dentro de nós que não consegue manter um rumo reto (Destaque meu)
Experiência pessoal o confirma
Os homens com quem trabalhei no ministério prisional estavam convencidos de que, depois de serem libertados, lá fora iriam "andar direitos". Na maioria das vezes, eles andaram diretos, diretamente de volta para a vida que tinham antes. "Algo dentro deles não consegue manter um rumo reto". Se Deus, como diz o provérbio, “escreve direito por linhas tortas”, nós, tal como os criminosos, sem Deus, só escrevemos com linhas tortas
Mesmo antes de ler o artigo, eu já estava fazendo aplicações espirituais dessa tendência humana de se afastar do caminho reto.
"Deixa a tua luz interior ser o teu guia" -- Um erro enorme
E que tal os conselhos que ouvimos com tanta frequência? "Simplesmente siga o seu coração." Por mais bem-intencionado que seja, este conselho não é muito confiável.
Segundo a Bíblia,
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?” Jeremias 17.9
O coração é um guia enganador, e aqueles que o seguem cegamente estão condenados a vagar em círculos. Como os sujeitos nos estudos, eles acabam por voltar ao ponto de partida. Também ouvimos o conselho "seguir a ciência". A ciência pode fazer um trabalho excelente de recolha de dados, mas quantas vezes falha miseravelmente em explicar o como e o porquê dos factos. É o caso desses estudos. Várias hipóteses foram testadas para explicar por que nos comportamos dessa forma, mas todas elas se mostraram falsas. Os pesquisadores ainda não encontraram a razão pela qual os seres humanos não conseguem andar em linha reta sem um ponto focal externo. "Externo" é a palavra-chave aqui. É por isso que o coração é um mau guia para nós.
Um dos meus colegas professores de inglês na Madeira era um ávido defensor da meditação oriental, yoga, ensinamentos budistas e técnicas da Nova Era. Seu conselho para lidar com os desafios da vida foi "olhar para dentro de ti mesmo para encontrar a resposta". É a abordagem "Deus está em cada um de nós". As andanças tortuosas de pessoas que não têm ponto de referência externo nos testes de campo são indicativas da falácia da tentativa de viver nossas vidas seguindo a nossa "voz interior".
Olhe bem, pois se não olhar para cima...
Há uma passagem no NT que, creio, ilustra este ponto:
"26Como aconteceu nos dias de Noé, assim também será nos dias do Filho do homem. 27Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e os destruiu a todos. 28Como também da mesma forma aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; 29mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os destruiu a todos; 30assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar." Lucas 17.26-30
Quando Jesus anuncia Sua volta e a destruição que virá sobre o mundo, Ele se refere aos dias de Noé e Ló, quando a ira de Deus foi derramada sobre a raça humana. Nos dias de Noé, os pensamentos do homem eram apenas maus continuamente; as condições de Sodoma nos dias de Ló são lembradas no próprio nome que descreve um certo estilo de vida condenado por Deus. Mas quando Jesus descreve esses dias, quais são os pecados que Ele enumera? "Comer, beber, casar e dar em casamento" nos dias de Noé; "comer, beber, comprar, vender, plantar, construir" nos dias de Ló. Pecados?! Espere um minuto, dizemos. Essas são as coisas normais da nossa vida do dia-a-dia. Exatamente. São as atividades do nosso cotidiano, e não são pecaminosas, mas se as fizermos a essência das nossas vidas, cairemos num pântano de imoralidade, tal como aquelas gerações fizeram.
Atualizemos a linguagem para algo mais alinhado com a nossa experiência diária. Desafio-o a concentrar-se no ecrã do seu telemóvel e a andar um minuto sequer em linha reta sem olhar para cima. Mesmo que o que você está olhando em seu telefone não seja mau em si, se ele captar toda a sua atenção, você está condenado a esbarrar com a senhora que esta a passar no mesmo corredor do supermercado com um carrinho de compras. Voz da experiência falando agora. Ou tente atravessar uma rua movimentada sem desviar o olhar do seu telemóvel. Eu não vou desafiar você a tentar isso, porque alguém pode ser tolo o suficiente para experimentar.
Por quê foram as gerações dos dias de Noé e Ló tão más? Eles estavam totalmente ocupados nas vidas que estavam vivendo, com os olhos fixos na visão horizontal de um cenário em constante mudança, como a cultura em que vivemos. Perderam a bússola moral ao não olharem para os marcos imutáveis do cenário celestial. Os marinheiros de outrora olhavam para as estrelas em busca de direção em mares sem marcos e movidos por correntes que estavam sempre mudando. Quando os seres humanos param de se concentrar nos absolutos morais da Palavra de Deus, eles vagam sem rumo e não há limite para as profundezas da imoralidade e da incerteza em que cairão.
Devido à nossa tendência para vagar, precisamos de uma baliza onde devemos marcar o golo
A distância mais curta entre dois pontos é uma linha reta, mas você não consegue fazê-lo se não souber onde está o ponto final. É para isso que serve a Palavra de Deus. Ela estabelece o ponto final para nós. "Prossigo para o alvo", disse o apóstolo Paulo. "26 Pois eu assim corro, não como indeciso; assim combato, não como batendo no ar.." 1 Coríntios 9.26
O antigo hino do Cantor Cristão, "Ebenézer", que começa com as palavras "Fonte Tu de toda bênção", talvez não seja cantado tão frequentemente hoje. Em algumas versões atualizadas em Inglês, o "Ebenezer" da sua segunda estrofe é substituído por uma redação mais compreensível para pessoas da geração atual. Afinal, ninguém hoje em dia sabe como erguer o seu "Ebenézer", porque não sabem onde ele fica, e nem sequer sabem se afinal eles têem um. Mas há uma frase na terceira estrofe que resume meu ponto aqui: "Eis minha alma vacilante, Toma-a, prende-a com amor.”
Em poucas palavras, é isso. Somos propensos a vagar. Tão facilmente deixamos o Deus que amamos. "Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós." Isaías 53.
A história não se repete
Já faz muitos anos que li a série de 6 livros “The Hinges of History" (As dobradiças da história), de Thomas Cahill. Depois de ler o primeiro livro "How the Irish Saved Civilization” (Como os Irlandeses Salvaram a Civilização), senti que tinha de ler os outros 5 livros. Mas de todos eles, talvez tenha sido o volume 2, The Gifts of the Jews: How a Tribe of Desert Nomads Changed the Way Everyone Think and Feels, (As Dádivas dos Judeus: Como uma Tribo de Nómadas Mudou a Maneira em que Todos Pensam e Sentem) que causou o maior impacto em mim. O principal ponto que retirei do livro foi que, antes da chegada dos judeus com seus escritos sagrados, a história humana sempre foi interpretada como sendo um ciclo interminável de eventos. Em algumas culturas, a história era visualizada como uma roda, aplicando o ponto de vista de "a história simplesmente se repete" aos acontecimentos humanos; as religiões orientais ensinam o ciclo interminável da reencarnação. Foi a revelação bíblica de que, houve um princípio, em que Deus não só criou o mundo e tudo o que nele há, mas Ele também tem um propósito que está a levar a uma consumação definitiva. Há um juízo final, e mesmo que haja uma eternidade infinita além, para aqueles que se alinham com esse propósito, a eternidade será uma revelação contínua da graça de Deus, em oposição a um ciclo contínuo de reprises chatas na televisão celestial.
A Palavra de Deus é o único lugar onde encontraremos os marcos de que precisamos para caminhar retamente diante de Deus e em direção a ele neste mundo torto. “1Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. 2Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;” Colossenses 3.1-2
É a única maneira de vivermos com paz de espírito e tranquilidade em tempos como estes.
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