Foto tirada no Mar da Galileia, Maio de 2022, perto de Magdala no lado ocidental do mar.
Em maio de 2010, o nosso grupo saiu da outra margem, e naquele dia o mar não foi tão calmo quanto a isso, mas também não vimos ondas que "nos deram pavor."
Nota introdutória: Em Abril, os nossos queridos amigos e irmãos na fé, Isabel e Filipe Santos viram um filho seu ser levado desta vida por um tumor cerebral aos 45 anos de idade. João David Santos foi uma figura bastante conhecida no meio das igrejas batistas em Portugal, e sua chamada à casa tão cedo nos faz refletir que Deus não paga os Seus servos pelos anos de serviço, e o salário não é por hora. Para quem dá a sua vida 100% a Deus, "horas extraordinárias" é um conceito que não faz sentido nenhum. Os apóstolos Tiago e João, irmãos na carne, também, tiveram "carreiras" apostólicas completamente opostas. Tiago foi o primeiro a passar pelo martírio (Atos 12.2) enquanto o seu irmão João foi o último a morrer, uns 60 anos mais tarde. A carreira de Estévão foi mais curta ainda, mas que ninguém ouse dizer que o galardão de Estévão ou de Tiago será proporcionalmente reduzida. Dúvidas quanto a isto? Recomenda-se a leitura da parábola de Jesus em Mateus 20.1-16.
Na sua página recente de Facebook, a irmã Isabel exprimiu quão profundos têm sido os sofrimentos sentidos pela sua família, sofrimentos que por vezes são "para lá de incompreensíveis e insuportáveis". Mas também confessa que no processo de encontrar uma saída, "tenho encontrado suporte, força, apoio, amor em Deus." Ela termina o seu posto com este trecho da Bíblia: “Os justos clamam, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias. Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.” (Salmo 34:17,19)
Estas suas palavras fizeram-me sentir impelido a escrever as palavras seguintes, e em jeito de esclarecimento, explico que Isabel e Filipe fizeram parte do nosso grupo que visitou Israel em 2010.
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Há duas tempestades. Qual delas pedimos que Jesus acalme?
Em 2010, o nosso grupo de irmãos brasileiros e portugueses, incluíndo a nós, os 2 americanos, vistámos a Israel e atravessámos o Mar da Galileia a bordo de um barco e cantámos hino 328 do Cantor Cristão, "Sossegai!", hino baseado na experiência dos apóstolos que temeram pelas suas vidas no meio do temporal naquele mar, enquanto o Mestre dormia na popa do barco, para depois ouvir Jesus dizer, "Sossegai". Foi um momento especial para nós, mas faltou algo para tornar o sentido do nosso cãntico mais genuíno. O Mar de Galileia estava calmo, ninguém sentiu perigo de vida iminente.
**Vale a pena abrir este link, "Master, the tempest is raging". O hino é cantado em inglês, mas a música e a harmonia deste grupo da Índia transmite com perfeição o sentido do hino. Se não conhece o hino, precisa ouvir esta canção. E nós que conhecemos bem o hino, ainda mais vamos querer ouví-lo.
Mais cedo ou mais tarde vêm as tempestades na nossa vida, e clamamos ao Senhor pedindo que Ele acalme o vento e as ondas. Uma só palavra Tua, Senhor, basta: “Sossegai!” Mas quando não vemos a tempestade abrandar, somos capazes de sentir como Jairo, quando foi informado que não valia a pena incomodar Jesus mais: “A tua filha está morta.” Agora é tarde demais. E Maria e Marta lamentaram a chegada tardia de Jesus em Betânia: “Senhor, se Tu estivesses aqui, o nosso irmão não teria morrido.” “Se estivesses aqui, se tivesses respondido à minha oração mais cedo…” dizemos nós; e Jesus já nos respondeu dizendo: “Eis que estou convosco todos os dias”.
Cantamos um hino em inglês, “He was there all the time” (Ele estava presente o tempo todo). O problema é que, quando pedimos que o Senhor diga, “Sossegai!”, estamos a pensar nas circumstâncias que constituem a tempestade que ameaça afundar o nosso barco. Jesus está mais interessado em dizer “Sossegai!” à tempestade dentro dos nossos corações.
Nestes últimos dias em que vivemos, não vejo razão para esperar que as condições no mundo vão melhorar, antes, as profecias só apontam para um declínio moral e social. Se esperamos por dias calmos no Mar da Galileia para cantarmos em paz e sossego, vamos esperar em vão. “Minha paz vos dou,” disse Jesus. Enquanto o mundo procura paz nas circunstâncias, Jesus nos diz a nós, “Sossegai!” e nos oferece paz independentemente das circumstâncias. Paz, irmã. Paz, irmãos.
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Notícia da última hora: Neste momento em que estou a finalizar este blog para publicação no site, acabo de receber a notícia que uma irmã da nossa igreja aqui em Arkansas foi internada hoje e a TAC revelou que Diane tem um tumor cerebral. É cedo e não sabemos ainda o prognóstico, e qual o tratamento recomendado. O que torna esta situação ainda mais pesada é o facto que Diane e Howard perderam o seu filho Vincent a um tumor cerebral do mesmo tipo um pouco antes do Natal. Vincent tinha sensivelmente a mesma idade do irmão Joáo David Santos, e o sofrimento sentido pelos irmãos Diane e Howard têm sido o mesmo referido pela irmã Isabel. Como se não bastasse aquele golpe duro, agora a irmã Diane enfrenta uma situação clínica idêntica. Lição: O sofrimento e as experiências humanas são universais e quando oramos, devemos lembrar outros irmãos em toda a parte do mundo, especialmente quando Deus traz certas situações ao nosso conhecimento.
Independentemente da língua que falamos ou a cultura em que vivemos, quando estamos perdidos, necessitados, aflitos, ou perseguidos, sentimos o mesmo terror perante as ondas que ameaçam o barco das nossas vidas. E o mesmo Jesus está aí para nos dizer, "Sossegai! Paz, sou Eu."
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